quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Porque os Nossos Anjos?





Oh Deus!
Oh Único Redentor!
Não disseste que os pecadores pagariam pelo mal?
Então porque sofrem os inocentes, os ingênuos, os puros?
Não é a primeira vez que o vejo.
Mas toda vez sofro.
E vejo os outros sofrerem...
Oh Deus!
Porque sofrem os animais?
Os seres mais puros, donos de paz?
Os nossos amigos...
Nunca nos traíram.

Inferiores jamais!
Sua própria criação, de sua mão.
Porque sofrem como demônios?
Como bandidos, como culpados?
Porque são enxotados, maltratados, comidos, feridos...
Os pobres animais?
Que erro eles tem, pelo erro humano?
Oh Deus! 
Nos O culpamos
Pelos humanos
Pelas dores
Porque choramos,
Lamentamos,
Suplicamos,
E mesmo assim, eles se vão...
Nunca sabemos a resposta.
Nunca compreendemos o porque
E então eternamente serás condenado
Porque não sabemos a razão.
De nossos anjos sofrerem como o Cão.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A morte do blog



Esse blog morreu?
Eu diria que sim.
Digo que sim.
Sem postagens desde 2014, foi um blog jogado as moscas, no lixo.
Ninguém quis revirar esse lixo.
O que é poesia no lixo? Nada.
O que é poesia pra esse mundo? Bobagem.
O que é esse blog pra mim? Sobras.
Vai ser apagado?
Não.
Continue ai.
Entre uma postagem em cada ano bissexto.
Durma bloguinho, ou apodreça com as larvas.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Ausência - Vinicius de Moraes

 

Ausência - Vinicius de Moraes

Eu deixarei que morra em mim
o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar
senão a mágoa de me veres eternamente exausto
No entanto a tua presença
é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto
existe o teu gesto e em minha voz a tua voz
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim
como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar
uma gota de orvalho
nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne
como nódoa do passado
Eu deixarei...
tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos
e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,
porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite
e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa
suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só
como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém
porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar,
do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente,
a tua voz ausente,
a tua voz serenizada.


---
Nao sei definir se isso e uma poesia ou poema, nao sei a diferença ainda.
Mas e incrivel o efeito desse tipo de escrito quando estamos no clima.
E cada palavra fazendo sentido.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Yerushalayim Shel Zahav - Letra



Essa musica eu ouvi pela primeira vez no filme A lista de Schindler. E adorei. E bonita,e cantável. A tradução também e legal. Essa letra eu achei no site HebrewSong (se não me engano)
Avir harim tsalul k'yayin
Vereiyach oranim
Nissah beru'ach ha'arbayim
Im kol pa'amonim.

U'vtardemat ilan va'even
Shvuyah bachalomah
Ha'ir asher badad yoshevet
Uvelibah - chomah.

Chorus:
Yerushalayim shel zahav
Veshel nechoshet veshel or
Halo lechol shirayich Ani kinor.
x2

Verse 2

Chazarnu el borot hamayim
Lashuk velakikar
Shofar koreh behar habayit
ba'ir ha'atikah.
Uvme'arot asher baselah
Alfei shmashot zorchot
Nashuv nered el Yam Hemalach
B'derech Yericho

Chorus:
Yerushalayim shel zahav
Veshel nechoshet veshel or
Halo lechol shirayich Ani kinor.
x2

Verse 3

Ach bevo'i hayom lashir lach
Velach likshor k'tarim
Katonti mitse'ir bana'ich
Ume achron ham'shorerim.


Ki shmech tsorev et hasfatayim
Keneshikat saraf
Im eshkachech Yerushalayim
Asher kulah zahav.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Seus Olhos - Gonçalves Dias

Seus Olhos

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo luzir,
Estrelas incertas, que as águas dormentes
Do mar vão ferir;

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Têm meiga expressão,
Mais doce que a brisa, — mais doce que o nauta
De noite cantando, — mais doce que a frauta
Quebrando a solidão,

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo luzir,
São meigos infantes, gentis, engraçados
Brincando a sorrir.

São meigos infantes, brincando, saltando
Em jogo infantil,
Inquietos, travessos; — causando tormento,
Com beijos nos pagam a dor de um momento,
Com modo gentil.

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Assim é que são;
Às vezes luzindo, serenos, tranqüilos,
Às vezes vulcão!

Às vezes, oh! sim, derramam tão fraco,
Tão frouxo brilhar,
Que a mim me parece que o ar lhes falece,
E os olhos tão meigos, que o pranto umedece
Me fazem chorar.

Assim lindo infante, que dorme tranqüilo,
Desperta a chorar;
E mudo e sisudo, cismando mil coisas,
Não pensa — a pensar.

Nas almas tão puras da virgem, do infante,
Às vezes do céu
Cai doce harmonia duma Harpa celeste,
Um vago desejo; e a mente se veste
De pranto co'um véu.
Quer sejam saudades, quer sejam desejos
Da pátria melhor;
Eu amo seus olhos que choram em causa
Um pranto sem dor.


Eu amo seus olhos tão negros, tão puros,
De vivo fulgor;
Seus olhos que exprimem tão doce harmonia,
Que falam de amores com tanta poesia,
Com tanto pudor.

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Assim é que são;
Eu amo esses olhos que falam de amores
Com tanta paixão.

fonte 

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Solidao



Solidão

As vezes penso que sou condenada.
A ficar sozinha eternamente
E não importa o quanto tente
Não acho a causa ordenada

Eu não gosto dessa solidão
E ver,dói o coração
Me da tristeza,depressão
Viver só, nessa escuridão

Que falta faz um amigo
Pra iluminar o caminho
Uma outra alma contigo
Pra não ser mais sozinho

Eu fico triste nessa solidão
A perguntar porque
Deus, me dói a´lma
Querer e não ter

Que causa ma eu fiz
Que mal es que me prediz?
Sozinha assim
Não sei quem culpa tem

Não gosto de viver assim
Dói bastante em mim
Ver os outros partir
E ficar aqui

Eu não sei onde esta o problema
E nem onde achar a solução
Dói dói em mim
Dói no meu coração

Vi pessoas se afastarem
E me deixarem na escuridão
Com o tempo muito sozinho
A noite é como um irmão.

Um irmão que não te aconselha
Nem te pega pela mão
Não te diz a cor da vida
Nem te da uma razão

Ficar sozinho aos cantos
Não é uma paixão
É uma vida perdida
Sofrendo de solidão

Quem sabe deus
Você sabe o porque
De ser assim comigo
Uma solidão de viver

Bem queria eu deus
Achar minha metade
Uma alma igual a minha
Minha eterna amizade

Completar o que me falta
E achar felicidade
Compartilhar o que de tudo
E viver mais a vontade

Espero deus um dia
Que essa alma venha a mim
Encontrarei um bom amigo
E não queixarei mais assim.


 Minha autoria.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Se se morre de amor! - Gonçalves Dias


Se se morre de amor!


Se se morre de amor! — Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n'alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve, e no que vê prazer alcança!

Simpáticas feições, cintura breve,
Graciosa postura, porte airoso,
Uma fita, uma flor entre os cabelos,
Um quê mal definido, acaso podem
Num engano d'amor arrebatar-nos.
Mas isso amor não é; isso é delírio,
Devaneio, ilusão, que se esvaece
Ao som final da orquestra, ao derradeiro

Clarão, que as luzes no morrer despedem:
Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,
D'amor igual ninguém sucumbe à perda.
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração — abertos
Ao grande, ao belo; é ser capaz d'extremos,
D'altas virtudes, té capaz de crimes!
Compr'ender o infinito, a imensidade,
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D'aves, flores, murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
Fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes;
Isso é amor, e desse amor se morre!

Amar, e não saber, não ter coragem
Para dizer que amor que em nós sentimos;
Temer qu'olhos profanos nos devassem
O templo, onde a melhor porção da vida
Se concentra; onde avaros recatamos
Essa fonte de amor, esses tesouros
Inesgotáveis, d'ilusões floridas;
Sentir, sem que se veja, a quem se adora,
Compr'ender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
E, temendo roçar os seus vestidos,
Arder por afogá-la em mil abraços:
Isso é amor, e desse amor se morre!

Se tal paixão porém enfim transborda,
Se tem na terra o galardão devido
Em recíproco afeto; e unidas, uma,
Dois seres, duas vidas se procuram,
Entendem-se, confundem-se e penetram
Juntas — em puro céu d'êxtases puros:
Se logo a mão do fado as torna estranhas,
Se os duplica e separa, quando unidos
A mesma vida circulava em ambos;

Que será do que fica, e do que longe
Serve às borrascas de ludíbrio e escárnio?
Pode o raio num píncaro caindo,
Torná-lo dois, e o mar correr entre ambos;
Pode rachar o tronco levantado
E dois cimos depois verem-se erguidos,
Sinais mostrando da aliança antiga;
Dois corações porém, que juntos batem,
Que juntos vivem, — se os separam, morrem;
Ou se entre o próprio estrago inda vegetam,
Se aparência de vida, em mal, conservam,
Ãnsias cruas resumem do proscrito,
Que busca achar no berço a sepultura!

Esse, que sobrevive à própria ruína,
Ao seu viver do coração, — às gratas
Ilusões, quando em leito solitário,
Entre as sombras da noite, em larga insônia,
Devaneando, a futurar venturas,
Mostra-se e brinca a apetecida imagem;
Esse, que à dor tamanha não sucumbe,
Inveja a quem na sepultura encontra
Dos males seus o desejado termo!

Fonte